30 de jun. de 2010

Flor Menina

zanauniv | 20 jun. 2010

24 de jun. de 2010

19 de jun. de 2010

Jose Saramago

Poema à boca fechada


Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.
Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.
Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.
Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.
Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.
(José Saramago)




http://caderno.josesaramago.org/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Saramago

14 de jun. de 2010

Bella Vita


A vida pode ser uma experiência magnífica, inesquecível, incomum...

Sábio ser. A vida ensina. A vida é grandiosa em si.
Durante uma aula de defesa pessoal, ouvi um amigo dizer:
“A vida é o bem mais valioso.”
Havia convicção em suas palavras.Imediatamente me veio a mente:
“Uma verdade relativa.
Há certas coisas que valem a pena dar à vida.”
Não que a vida não seja preciosa. Ela é.
Embora seja tão banalizada hoje em dia.
Mas acredito que haja ocasiões, ideais,
pelos quais se deva dar à vida.
São raros, admito!
Talvez eu seja uma idealista em achar que ainda hoje
haja causas nobres, pessoas...
Inúmeras vezes perdi a fé na raça humana.
A vida, no entanto, colocou, em meu caminho,
pessoas que reacenderam a chama.
Talvez parte da humanidade tenha se perdido, se corrompido...
esteja desorientada...
Mas ainda existem pessoas com as quais valem a pena conviver.
São especiais, únicas, uma vez que restauraram
minha fé na raça humana.
Já assisti, presenciei coisas de mais!
As pessoas parecem ter perdido o senso ético das coisas.
Deixaram de ser nobres.
Qualidades tornaram-se defeitos. Defeitos passaram a ser qualidades.
Nada mais importa a não ser o TER.
Nem mesmo a vida.


A família, sagrada instituição, está em crise.
Os novos valores da sociedade passaram a ser:
beleza, dinheiro, fama, poder.
Estou nadando contra a correnteza ao preservar
meus valores, meus princípios.
Sei que não sou a única, mas às vezes me vejo sozinha.
Sozinha não quer dizer solitária.
Tenho um universo inteiro contigo em mim.
Aprendi desde pequena a me virar sozinha.
Não sou santa, tenho garras bem afiadas.
Descendo de uma estirpe de guerreiros.
Vim parar desta cidade por força das circunstâncias.
Venho do norte, de uma terra gélida e bela, de heróis e desbravadores. Homens e mulheres fortes.
Sou uma Valquíria.

Tenho muito orgulho da minha história, da minha origem.
Devemos preservar nossa história, honrar nossos ancestrais
para que não cometermos os mesmos erros que eles,
para que sejamos pessoas melhores,
para que conhecimento milenar tão importante
não caía no esquecimento.
Precisamos conhecer a fundo nossa história, nossa origem.
Mergulhar em nosso interior.
Confesso que o universo feminino é uma das minhas paixões.
Encontrei mais força numa mulher do que em muitos homens.
A mulher em si é um ser sublime.
A beleza feminina não está apenas e unicamente no fato
de sermos fonte de vida.

Pena que muitas de nós não consigam enxergar a real dimensão
do que é ser uma mulher.

Nossa história foi esquecida!
As mulheres que nos tornaram o que somos hoje também.
Tanta luta por nada!
Algumas de nós se rebaixam por tão pouco! Por nada!
Vivem uma personagem porque se negam a olhar para si,
seu verdadeiro eu.
Imprudentes!
Não sou feminista, embora simpatize com certas ideias.
Defendo o movimento feminino, o verdadeiro movimento feminino.
As pessoas estão cada vez mais solitárias, carentes...
Por mais que estejam acompanhadas, se sentem sozinhas. Vazias.
A explicação a este mal é apenas uma. Elas não têm a si mesmas.
Se iludem em achar que coisas e pessoas preencherão
seu vazio interior.
Este vazio só pode ser preenchido por elas.
Não importa se tenham uma multidão a sua volta,
continuarão se sentindo as pessoas mais solitárias do planeta.
As pessoas vem e vão de nossas vidas,
mas nós, permanecemos conosco 24 hs, durante toda a vida.
Somos nosso melhor amigo ou pior inimigo.
Certas pessoas, infelizmente carregam dentro de si,
um buraco negro.

Não se aceitam, não se amam, não se respeitam.
Então de que forma, aceitarão, amarão, respeitarão
o mundo à sua volta?

Vivemos numa sociedade falida.
Onde todos aparecem querer ser outras pessoas, menos elas próprias.
Podemos enganar o mundo, mas ninguém engana a si
ou foge de sua essência. Negá-la é suicídio.
Estamos sempre tentando parecer o que não somos.
Insultamos a inteligência do criador.
Somos únicos no universo e insistimos em ser “comuns”.
Tudo o que espero de um amigo é que seja autêntico.
Não fragmento de si mesmo.
Talvez você nem acredite na existência de uma força cósmica
que tenha criado todo o universo.

Talvez acredite realmente que seja o centro do mundo.
Olhe em volta pelo menos uma vez e veja o que ajudou a criar.
Todos nós somos responsáveis direta ou indiretamente pelo mundo como ele se encontra hoje.
Estes novos valores estão levando-nos ao caos.
A sociedade está gravemente doente.
Não sou juíza de nada e não tenho pretensão de sê-lo.
Sou apenas uma observadora.
Aprendi com a vida que sempre existem dois lados da mesma verdade.Nenhuma verdade é absoluta, plena.

A raça humana é uma piada, uma completa farsa.
Estamos nos matando a cada dia.
Quanto tempo mais levará até que os seres humanos
sejam extintos da face da Terra?
Seremos os responsáveis, os únicos responsáveis
pela nossa própria destruição. Não é irônico?
Somos os únicos seres capazes de destruir tudo o que tocamos.
Isso me faz lembrar a estória do beija-flor
que tentava apagar sozinho o incêndio da floresta,

enquanto os outros animais tentavam fugir, salvar a própria pele.
Para onde fugiremos quando não houver um planeta?
Este problema afeta a todos nós diretamente.
Mesmo assim muitos se comportam
como se nada estivesse acontecendo.

Não devia ser a hora em que toda a humanidade devia se unir?
Deixar as diferenças em prol de um bem maior?
Todos esperam que autoridades, governos, organizações
decidam seu destino. Isto é ridículo!

Temos uma espada em cima de nossas cabeças
e nos comportamos como ovelhas.

E antes que me pergunte o que pode fazer,
minha resposta é apenas uma.
MUITO.

Sempre há o que fazer por menos condições ou recursos que se tenha.
Estamos sempre colocando nossa vida,nossa felicidade
nas mãos de outrem
como se fôssemos incapazes
de gerir nossa própria vida.

A verdade é que não queremos assumir responsabilidades.
Estamos sempre culpando os outros ou Deus pela nossa inércia.
Pelo que sei, Ele nos deu o livre-arbítrio, não foi?
Olhe em volta.

Estamos transformando nossa existência num caos completo.
Preferimos permanecer com a cabeça enterrada
na areia como avestruzes ou continuar em nosso mundinho restrito.
Enquanto isso, o planeta agoniza esperando as decisões dos “poderosos”.
Embora haja entre eles, pessoas sensatas, bem-intencionadas,
conscientes,
realmente preocupadas com o bem comum,
sabemos que existem muitos interesses obscuros envolvidos.
São esses interesses que prevaleceram.
O capitalismo falará mais alto.
Nossa estupidez é gigantesca!
Milhares de vidas precisarão ainda ser sacrificadas.
Pouco importa que a metade da raça humana seja aniquilada.
Só tomarão uma atitude sensata quando for tarde de mais.
Não há o que discutir! O bem maior devia prevalecer.
Não importa quantos bilhões, trilhões de dólares
ou euros se perderão.
A vida, devia ser o bem mais precioso.

10 de jun. de 2010

4 de jun. de 2010

Jorge Eduardo Magalhães





O escritor e autor de teatro
Jorge Eduardo Magalhães

foi convidado por este blog
para uma entrevista.


Ele nos conta sobre seu novo livro

Vagando na noite perdida,

seus novos projetos e nos revela seu fascínio

pela literatura e pelo teatro.







  • A literatura é importante? Por que?
Sim, muito. É importante porque faz com que as pessoas viajem no tempo e no espaço sem sairem do lugar. Através da Literatura conseguimos ver o passado, projetar o futuro e conhecer outros povos e culturas.

  • Como você começou a escrever? Quais foram seus primeiros contatos com a literatura?

Nem sei direito, comecei meus primeiros manuscritos quando ainda era criança, mas comecei a escrever com frequência a partir dos 20 anos.

Os primeiros livros foram da Série Vagalume da editora Ática, eram histórias apaixonantes como "Tonico", "Menino de asas", "A ilha perdida". Tais leituras eram muito comuns nos anos 80.

  • Cada escritor tem o seu jeito de escrever. Qual o seu?

Costumo olhar coisas do dia a dia andar pela cidade, inclusive à noite, para observar o comportamento e a trajetória das pessoas. Baseio-me muito em personagens do cotidiano, que muitas vezes parecem inverossímeis e passam quase despercebido diante dos olhos da maioria das pessoas.

  • Escrever é uma terapia?

Para mim é, é a única coisa que realmente gosto de fazer.

  • Quem o influenciou?

Não sei dizer bem, mas foi o contexto de várias leituras de estilos e épocas bem diferentes.

  • Quais são os ingredientes básicos de uma boa história?

Uma boa história deve ser bem contada independente do tema.

  • Você segue algum método para escrever? Como é seu processo de trabalho?

Não, simplesmente começo a escrever e deixo a história me levar. Não tenho um processo sistematizado, penso numa temática e começo a escrever.

  • E o que você sente quando escreve?

Confesso que escrever é a única coisa que realmente gosto de fazer, pena que ainda não posso viver da escrita. Vibro quando escrevo, muitas vezes não consigo parar, já escrevi uma peça teatral em apenas um dia.

  • Em que você se baseia para escrever os seus textos?

Em personagens reais, urbanos no nosso cotidiano. Adoro abordar a solidão na cidade grande.

  • Como surgiu a ideia dos temas? Como nascem seus textos?

Andando pelas ruas do centro do Rio observo pessoas que vivem em hospedagens baratas, frequentam botequins e se viram para sobreviver. Já conversei com prostitutas, travestis, todos têm seus dramas, suas frustrações.

Às vezes vejo algo interessante ou não, mas que me chamam a atenção e surge a ideia.

  • Quando você imagina um livro, já pensa no título?

Algumas vezes sim, outras não. Às vezes fico pensando em qual título cairia melhor, muitas vezes peço a opinião de minha mulher.

  • Você costuma pedir a opinião de pessoas sobre seus textos?

Minha mulher sempre lê e faz algum comentário e revisão, mas sempre quando lanço algum livro ou alguma peça minha é encenada, pergunto a opinião sincera das pessoas. Percebo que a maioria costuma ser bem sincera.

  • Como você definiria o ato de escrever?

Com um momento especial na vida de quem ama a literatura, é o momento onde damos vidas em nossos personagens.

  • Seus personagens são inspirados em pessoas que você conhece?Como você cria seus personagens?
Alguns sim, alguns não. Muitos são inspirados em desconhecidos que vejo nas ruas ou então quando me falam algum caso acontecido com alguém. Às vezes para conseguir meus personagens ou minhas histórias, tenho que dar minha caminhada pelas ruas e pensar no desenvolvimento delas.

  • Qual foi seu primeiro livro?

Em 2001 publiquei uma reunião de contos chamada O amor e

o escarro, mas nem conto porque não coloquei ISBN, nem código de barras, somente mandei para a gráfica e vendi para os amigos, foi uma verdadeira produção independente. Meu romance de estreia foi Coração venal em 2002.


  • Quantos livros já têm publicado? Quais?

Publiquei o livro de contos O amor e o escarro e o conto "Trajédia junina" numa coletânea da Editora Mais prosa ainda (2001); o romance Coração venal (2002); os infantis Moleque João e o Rio Sarapuí e O menino da Portela (2003); o conto "A boneca" na antologia Sinistro e o conto "Manuscrito de viagem" na antologia Solarium (2009) e o romance Vagando na noite perdida (2010).



  • Jorge é autor do romance Vagando na noite perdida. Gostaria de falar um pouco da sua obra?

Vagando na noite perdida se passa no final da década de 90, é todo narrado em tempo presente e em primeira pessoa onde o narrador-personagem, após matar Gisele, com quem tinha um caso e vivia numa hospedagem barata na Lapa, sai pela noite vagando pelas ruas do centro e enquanto se depara com os seres mais bizarros da madrugada vai relembrando toda a sua trajetória de família classe média e as causas que lhe levarama perder tudo como o jogo e a bebida.

  • Seu romance Vagando na noite perdida tem a Lapa como cenário. Por que a Lapa?

Conheci a Lapa quando ainda era adolescente nos anos 80, naquela época um lugar bem sórdido e perigoso, repleto de pivetes, prostitutas e travestis. Apesar disso, aquele lugar me fascinava. O que estaria por trás daquelas pessoas que ali viviam? O lugar começou a ser revitalizado no início do século 21, tanto que Vagando na noite perdida se passa no tempo em que a Lapa ainda era um local escuro e perigoso.

  • Como é o seu protagonista?

Um homem culto, de classe média, mas que o vício e a indolência o fizeram perder tudo e se envolver com pessoas que não eram de seu nível. Um personagem muito atual.

  • O que "Vagando na noite perdida" significa para você?

Significa mais uma conquista na minha carreira literária

  • O que você acha que ele transmite?

Transmite essa sensação de solidão existente nos grandes centros urbanos, onde as pessoas se sentem sozinhas e abandonadas mesmo rodeadas de pessoas.

  • Está escrevendo um novo romance?

Sim, estou escrevendo um romance chamado Rubras memórias, um cruzamento entre ficção e história, mas ainda está bem no começo.


  • Em que projeto está trabalhando agora?

Além de estar escrevendo mais um romance, estou concluindo as disciplinas no meu mestrado em Literatura na UERJ e estou com um projeto teatral, um monólogo chamado Bodas de estanho, estrelado pela atriz Karla Duarta e dirigida por Edvard Vasconcelos. A peça deve estrear no ano que vem e ser apresentada nos teatros de Minas e Rio. Continuo escrevendo peças para Zaira Zambelli que tem um curso de teatro, eu olho os alunos e escrevo uma peça com personagens de acordo com o perfil de cada um.

  • Qual é o seu gênero preferido?

Gosto de todos, leio todos os gêneros. Escrevo romance, contos, peças teatrais e poesia, pode ver no meu blog: www.jemagalhaes.blogspot.com

  • Qual o livro que está lendo no momento?

Estou relendo Amor de perdição, de Camilo Castelo Branco.

  • Como você vê a literatura na internet?

É bom que dá a oportunidade para todos mostrarem seus trabalhos.

  • O que você acha do mercado editorial para os novos escritores. Na sua opinião, há mercado para tal atividade?

O mercado editorial ainda é algo muito complicado para quem é desconhecido mas, com a informatização baixou muito o custo de publicação. Publicar hoje em dia não é o mais difícil e sim fazer com que sua obra fique conhecida pelo grande público.

  • Qual a sua opinião sobre a forma de publicação no Brasil, onde pouquíssimos são escolhidos pela editoras.

É difícil avaliar ou julgar porque a editora é uma empresa e não quer ter prejuízo, por isso sabe melhor do que nós o que é vendável ou não.

  • O que você diria aqueles que estão começando?

Antes de tudo fazer uma auto-análise, como: É isso mesmo que eu quero?, pois para escrever e querer divulgar seu tarablho, tem q se dedicar muito, viver quase para esse objetivo.

  • Em sua opinião, quais as obras que representam verdadeiros marcos da literatura Brasileira?

Para mim o maior escritor brasileiro de todos os tempos é Machado de Assis e suas melhores obras são: Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro.

  • E Mundial?

Tem vários como Eça de Queirós, Dostoievsky, Zolá, Shakespeare, mas para mim, a maior obra de todos os tempos é a epopeia Os lusíadas, de Luís de Camões.

  • Como você vê a literatura feminina?

Como uma boa literatura de entretenimento. Uma leitura simples que pode estimular muitas pessoas ao hábito de ler.

  • Qual a função do escritor?

Fazer com que seus leitores viajem através das palavras.

  • Já participou de concursos literários? O que vc acha deles?

Sim, já participei, é uma boa forma do escritor divulgar o seu trabalho.

  • Recebeu algum prêmio?

Ainda não, espero um dia receber.

  • Você foi um dos jurados do I concurso Literário Autores. O que achou da experiência?

Foi uma experiência muito boa ver novas tendências literárias e poder contribuir para a divulgação da Literatura Brasileira.

  • Como o teatro surgiu em sua vida?

Em 1983, quando eu tinha 11 anos, minha falecida madrinha me deu de presente três livros de peças teatrais numa livraria que tinha ao lado do Teatro Glauce Rocha, Teatro de Nelson Rodrigues, Teatro de Maria Claro Machado e O berço do herói, de Dias Gomes, que 2 anos depois fizeram a novela Roque Santeiro, baseada na peça. Fiquei encantado em ler as peças teatrais e decidi que um dia escreveria minhas próprias peças.

  • Como começou a escrever para o teatro?

Depois de alguns escritos da infância e adolescência, escrevi minha primeira peça aos 19 anos, chamava-se Festa de debutante que em 1999 foi lida na Sociedade Brasileira dos autores teatrais (SBAT) num projeto chamado "Gavetas abertas", de lá para cá foram cerca de 34 peças escritas e 16 encenadas.

  • Fale um pouquinho sobre “Os caras de palco”.

Trabalho com Zaira Zambelli desde 2006. A primeira peça que montei foi em 2004, era um monólogo chamado Uma vez Rita Davis. No ano seguinte me juntei com dois amigos atores e um outro que estudava direção teatral e montamos minha peça O parlatório, mas como sou apenas escritor, os dois trabalhos não ficaram do jeito que queria. Minha mulher sugeriu que eu escrevesse para algum grupo teatral ou curso de teatro, foi então que conheci a atriz e diretora Zaira Zambelli, que ministra um excelente curso de teatro em Copacabana e comecei a escrever para ela. De lá para cá foram 14 peças. Este ano foram montadas duas peças que escrevi para ela: Tia Plácida e Os caras de palco.

Os caras de palco foi livremente inspirada na peça O mambembe, de Arthur Azevedo e fala sobre um grupo teatral que vai fazer uma apresentação numa cidade interior e lá se depara com vários problemas como os interesses políticos locais e a falta de recurso. O interessante foi ter a experiência nova de fazer uma metalinguagem, ou seja, o teatro dentro do teatro. As pessoas gostaram muito do texto, da direção e da atuação dos atores. Aliás, elogiaram tanto Os caras de palco quanto Tia Plácida.

  • Qual a situação atual do teatro no Brasil?
Falta interesse do público por coisas novas, pelo trabalho de novos autores. Podemos perceber que qualquer grupode teatro, profissional ou amador, a maioria das vezes, encenam textos já consagrados, ou quando aparece algo inédito é feito por alguém famoso. Mas creio que aos poucos essa mentalidade vai mudar, não é da noite para o dia.

  • O que você acha do PROLER (Programa Nacional de Incentivo à leitura)?

Qualquer projeto que incentive a leitura é válido, porém, acho que o governo poderia fazer muito mais para incentivar a leitura em nosso país.

  • Que sites você frequenta para compartilhar informação e experiência?

Às vezes entro no Portal Literal ou em blogs de novos escritores.

  • Quais são seus próximos projetos?

Além de escrever mais peças para a Zaira, tenho o projeto de montar minha peça Bodas de estanho e publicar meu romance O retrato de Perpétua onde misturo prosa, poesia e teatro.





Blog:

www.jemagalhaes.blogspot.com


O novo romance Vagando na noite perdida,

está à venda pelo site:
http://www.editoramultifoco.com.br/catalogo2.asp?lv=257

1 de jun. de 2010

Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento , de desencanto
Fecha meu livro se por agora
Não tens motivo algum de pranto

Meu verso é sangue , volúpia ardente
Tristeza esparsa , remorso vão
Dói-me nas veias amargo e quente
Cai gota à gota do coração.

E nesses versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca

Eu faço versos como quem morre.
Qualquer forma de amor vale a pena!!
Qualquer forma de amor vale amar!
(Manuel bandeira)