27 de set. de 2012

Literatura brasileira no século 19 circulava pelo mundo

Trocas recíprocas de livros e impressos entre Brasil, França, Portugal e Inglaterra na época contrariam o paradigma do atraso e dependência cultural do país
Elton Alisson, da


Já no início do século 19 um leitor no Rio de Janeiro podia encomendar um livro recém-lançado em Paris, na França, e recebê-lo em 28 dias, que era o tempo que a obra necessitava para ser transportada por navio até o Brasil e que equivale, aproximadamente, ao mesmo prazo que empresas de comércio eletrônico estrangeiras, como a norte-americana Amazon, levam para entregar uma obra hoje no país quando não encomendada pelo sistema de correio expresso.

Na mesma época, obras de autores brasileiros, como Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), foram traduzidas para o francês, o italiano, o latim e o russo, a exemplo do que ocorre atualmente com os livros mais lidos no mundo, que são lançados quase que simultaneamente em diferentes idiomas.
Como os exemplos demonstram, a globalização da cultura não é um processo que se iniciou no século 20, com o advento das tecnologias de informação e comunicação. Mas remonta ao início do século 16 – quando espanhóis e portugueses começaram a viajar pelo globo – e se intensificou no século 19, quando os livros e impressos começaram a circular pelo mundo, criando uma forma especial de conexão entre as pessoas em diferentes partes do planeta, tal como a internet faz hoje.

De modo a estudar o fenômeno sob uma perspectiva transnacional, pesquisadores do Brasil, Portugal, França e Inglaterra iniciaram um Projeto Temático, com apoio da Fapesp, com o objetivo de conhecer melhor os impressos e as ideias que circulavam entre os quatro países entre 1789 a 1914.

No período, que ficou conhecido como o “longo século 19”, houve uma notável ampliação do público leitor e mudanças tecnológicas, como a ampliação da rede ferroviária europeia e o desenvolvimento dos navios a vapor, que facilitaram a divulgação e a circulação dos impressos pelas diferentes partes do globo. http://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/entretenimento/noticias/literatura-brasileira-no-seculo-19-circulava-pelo-mundo

24 de set. de 2012

INSENSATEZ



Foste amado
E não soubeste amar.
Foste amado
Da forma
Que poucos homens
Tiveram o privilégio
De serem amados.
E tu,
Insensata criatura,
Jogaste fora
O mais sublime dos amores
Simplesmente
Por um mero capricho
Por atitudes insanas,
Inertes, profanas.
Desejas conquistar o mundo,
Mas foste incapaz
De conquistar
Uma única dama.
Clamas por liberdade?
Pois saibas
que és o mais cativo dos homens,
por não saber amar.
Escolheste a ilusão.
A dor
Será tua companhia constante
A solidão cobrirá
Tua alma
Remeterá ao mais profundo breu.
(Kris R.)

16 de set. de 2012

Mulheres Vencedoras do Prêmio Nobel de Literatura

  • Selma Lagerlöf 
1858-1940        Suécia  
Prêmio Nobel de 1909
 Selma Ottiliana Lovisa Lagerlöf foi a primeira mulher a receber oPrêmio Nobel da Literatura. Foi professora e distinguiu-se na escrita para crianças e jovens, em textos que retratam o seu país.O primeiro romance foi Lenda de Gösta Berling (1891), mais tarde transposto para o cinema, embora o seu texto mais conhecido seja A Viagem Maravilhosa de Nils Holgerssn pela Suécia (1906),traduzido em quase todas as línguas. 

  • Grazia Deledda 
1871-1936        Itália 
Prêmio Nobel de 1926
Natural da Sardenha, as suas obras retratam a vida e os conflitos emocionais dos habitantes da sua ilha natal. Deixou uma vasta obra, de que se destacam O Velho da Montanha (1900), Elias Portolu (1903), Cinzas (1904), Depois do Divórcio (1905)
e A Mãe (1920). 

  • Sigrid Undset 
 1882-1949      Noruega 
Prêmio Nobel de 1928 
Nasceu na Dinamarca e foi para a Noruega com dois anos. Órfã desde os 11 anos, trabalhou como secretária. Após um primeiro romance que não conseguiu publicar, deixa uma vasta obra, de que se destacam: Fru Marta Aulie (1924), a trilogia KristinLavransdatter (1920-1922), Tilbake til fremtiden (1945) e Lykkelige dager (1947).  
Os seus textos abordam os mistérios 
das antigas sagas nórdicas.
Distinguiu-se pela sua convicta luta anti-nazi. 

  • Pearl Buck 
1892-1976     USA 
Prêmio Nobel de 1938
Filha de missionários protestantes, Pearl Sydenstricker Buck nasceu na Virgínia, e foi levada para a China com meses de idade. Voltou aos Estados Unidos, onde se formou em Literatura Inglesa. Publicou histórias sobre a China desde 1923.
 Em conseqüência da Revolução Chinesa,
 mudou-se, primeiro para o Japão e depois
 para os Estados Unidos. 
Principais obras: Vento Leste, Vento Oeste (1929), A Boa Terra (1931), Os Filhos de Wang Lu (1932), O Patriota (1937), entre outros.

  • Gabriela Mistral 
1889-1959     Chile
Prêmio Nobel de 1945
Descendente de espanhóis, bascos e índios, Lucila Godoy Alcayaga nasceu no norte do Chile. Adotou o pseudónimo Gabriela Mistral, a partir do nome de dois poetas que admirava: o italiano Gabriele D''Annunzio e o francês Frédéric Mistral.
Distinguiu-se como poetisa, educadora, 
diplomata e feminista.
Obras: Desolación (1922), Ternura (1924) e Tala (1938) e Lagar (1954).

  • Nelly Sachs 
1891-1970         Alemanha
Prêmio Nobel de 1966 
Dramaturga e poetisa alemã deorigem judaica, Nelly Leonie Sachs nasceu em Berlim. A sua obra ficou marcada pela experiência nazi, sendo uma das mais ardentes porta-vozes do sofrimento e do anseio do povo judeu. Na década de 40, fugiu de um campo de trabalho forçado, para a Suécia,
 com a ajuda de Selma Lagerlöf.
Obras: As Lareiras , Eli: Uma Misteriosa Peça dos Sofrimentosde Israel (1951). Partilhou o prêmio com Samuel José Agnon(Israel)

  • Nadine Gordimer 
1923-       África do Sul 
 Prêmio Nobel de 1991 
Nasceu em Springs, Transvaal, no norte da África do Sul. As suas obras abordam as dificuldades de comunicação entre a comunidade 
branca e a negra em seu país, em conseqüência do regime de apartheid.
Obras: A Voz Macia da Serpente (1952), O Conservacionista ( 1974), A Filha de Burguer (1979), Um Abraço de Soldado (1980) e AGente de July (1981).

  • Toni Morrison 
1931-   USA
Prêmio Nobel de 1993
Chloe Anthony Wofford nasceu na cidade de Lorain, em Ohio. A sua obra retrata a vivência dasnegras norte-americanas ao longodos séculos XIX e XX. Estudou teatro na Universidade de Harvar de Letras na Universidade de Cornell, em Nova York. Fez carreira universitária como professora de inglês.
Obras: O Mais Azul dos Olhos (1970), Salomon (1977), Tar Baby (1981), Amada (1987), adaptado depois ao cinema, Jazz (1992), e Paraíso (1997).

  • Wislawa Szymborska 
1923-    Polonia 
Prêmio Nobel de 1996 
Poetisa e jornalista, a sua obra reflete aspectos da realidade do seu país. Nasceu em Kornik e foi para Cracóvia em 1931, onde estudou literatura e sociologia. Publicou o primeiro livro de poesia,
Por isso vivemos , em 1952.
Outros títulos: A pelo a Yeti (1957), Sal (1962), Poderia ser (1972) O fim e o princípio (1995) Chwila (2002).

  • Elfriede Jelinek 
1946-Áustria 
Prêmio Nobel de 2004
Filha de um químico judeu, Elfriede Jelinek nasceu em Mürzzuschlag e cresceu em Viena,onde estudou órgão no conservatório da cidade. Publicou os primeiros poemas em1968 e o seu primeiro romance, Somos a isca, baby !, em 1970. Romancista, dramaturga e ensaísta, a sua obra aborda, numa linguagem dura, o relacionamento humano e os estereótipos sociais.
Obras: As Amantes (1975), Os Excluídos ( 1980), A Pianista (1983), adaptado ao cinema, Lus t (1989 ).

  •  Doris Lessing 
1919-       Grã-Bretanha
Prêmio Nobel de  2007
Doris May Tayler nasceu no Irão, foi criada no Zimbabwe e exerceu várias atividades. A sua obra aborda diversas temáticas, como as tensões inter-raciais, a política racial, a violência contra as crianças, os movimentos feministas.
Obras: A Erva Canta (1950), O Caderno Dourado (1962), Histórias africanas (1964), O Quinto Filho (1988), O sonho mais doce (2007)

  • Herta Müller 
1953-Alemanha 
Prêmio Nobel de 2009
 Nasceu na Roménia. Estudou alemão e literatura romena na sua terra natal e trabalhou como tradutora. Abandonou o seu país, em 1987, para ir para a Alemanha, devido às dificuldades em publicar os seus trabalhos, onde criticava o regime de Ceausescu.
Obras: O homem é um grande faisão sobre a terra (1993), A terra das ameixas verdes (1999) O Compromisso ( 2004).

 Fonte:
 http://pt.scribd.com/doc/28015982/Mulheres-NOBEL-Literatura

11 de set. de 2012

A Arca de Noé

Sete em cores, de repente
O arco-íris se desata
Na água límpida e contente
Do ribeirinho da mata.
O sol, ao véu transparente
Da chuva de ouro e de prata
Resplandece resplendente
No céu, no chão, na cascata.

E abre-se a porta da Arca
De par em par: surgem francas
A alegria e as barbas brancas
Do prudente patriarca
Noé, o inventor da uva
E que, por justo e temente
Jeová, clementemente
Salvou da praga da chuva.

Tão verde se alteia a serra
Pelas planuras vizinhas
Que diz Noé: "Boa terra
Para plantar minhas vinhas!"

E sai levando a família
A ver; enquanto, em bonança
Colorida maravilha
Brilha o arco da aliança.

Ora vai, na porta aberta
De repente, vacilante
Surge lenta, longa e incerta
Uma tromba de elefante.
E logo após, no buraco
De uma janela, aparece
Uma cara de macaco
Que espia e desaparece.
Enquanto, entre as altas vigas
Das janelinhas do sótão
Duas girafas amigas
De fora a cabeça botam.
Grita uma arara, e se escuta
De dentro um miado e um zurro
Late um cachorro em disputa
Com um gato, escouceia um burro.

A Arca desconjuntada
Parece que vai ruir
Aos pulos da bicharada
Toda querendo sair.
Vai! Não vai! Quem vai primeiro?
As aves, por mais espertas
Saem voando ligeiro
Pelas janelas abertas.
Enquanto, em grande atropelo
Junto à porta de saída
Lutam os bichos de pelo
Pela terra prometida.

"Os bosques são todos meus!"
Ruge soberbo o leão
"Também sou filho de Deus!"
Um protesta; e o tigre — "Não!"

Afinal, e não sem custo
Em longa fila, aos casais
Uns com raiva, outros com susto
Vão saindo os animais.
Os maiores vêm à frente
Trazendo a cabeça erguida
E os fracos, humildemente
Vêm atrás, como na vida.

Conduzidos por Noé
Ei-los em terra benquista
Que passam, passam até
Onde a vista não avista

Na serra o arco-íris se esvai . . .
E . . . desde que houve essa história
Quando o véu da noite cai
Na terra, e os astros em glória

Enchem o céu de seus caprichos
É doce ouvir na calada
A fala mansa dos bichos
Na terra repovoada.

(Vinicius de Moraes)

2 de set. de 2012

Far Away - Nickelback

wpink2009 em 14/01/2011