29 de jul. de 2014

100 melhores livros de todos os tempos


  1. Guerra e Paz, Liev Tolstói, 1869
  2. 1984, George Orwell, 1949
  3. Ulisses, James Joyce, 1922
  4. Lolita, Vladímir Nabókov, 1955
  5. O Som e a Fúria, William Faulkner, 1929
  6. O Homem Invisível, Ralph Ellison, 1952
  7. Rumo ao Farol, Virginia Woolf, 1927
  8. Ilíada e Odisseia, Homero, século VIII a.c.
  9. Orgulho e Preconceito, Jane Austen, 1813
  10. A Divina Comédia, Dante Alighieri, 1321
  11. Os Contos de Cantuária, Geoffrey Chaucer, século XV
  12. As Viagens de Gulliver, Jonathan Swift, 1726
  13. A Vida Era Assim em Middlemarch, George Eliot, 1874
  14. Quando Tudo se Desmorona, Chinua Achebe, 1958
  15. O Apanhador no Campo de Centeio, J. D. Salinger, 1951
  16. E Tudo o Vento Levou, Margaret Mitchell, 1936
  17. Cem Anos de Solidão, Gabriel García Márquez, 1967
  18. O Grande Gatsby, Scott Fitzgerald, 1925
  19. Catch 22, Joseph Heller, 1961
  20. A Amada, Toni Morrison, 1987
  21. As Vinhas da Ira, John Steinbeck, 1939
  22. Os Filhos da Meia-Noite, Salman Rushdie, 1981
  23. Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley, 1932
  24. Mrs. Dalloway, Virgínia Woolf, 1925
  25. O Filho Nativo, Richard Wright, 1940
  26. Da Democracia na América, Alexis de Tocqueville, 1835
  27. A Origem das Espécies, Charles Darwin, 1859
  28. Histórias, Heródoto, 440 a.c.
  29. O Contrato Social, Jean-Jacques Rosseau, 1762
  30. O Capital, Karl Marx, 1867
  31. O Príncipe, Nicolau Maquiavel, 1532
  32. Confissões, Santo Agostinho, século IV
  33. Leviatã, Thomas Hobbes, 1651
  34. História da Guerra do Peloponeso, Tucídides, 431 a.c.
  35. O Senhor dos Anéis, J.R.R. Tolkien, 1954
  36. Winnie The Pooh, A. A. Milne, 1926
  37. O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, C. S. Lewis, 1950
  38. Passagem para a Índia, E. M. Forster, 1924
  39. On the Road, Jack Kerouac, 1957
  40. Por Favor Não Matem a Cotovia, Harper Lee, 1960
  41. A Bíblia Sagrada
  42. Laranja Mecânica, Anthony Burgess, 1962
  43. Luz em Agosto, William Faulkner, 1932
  44. As Almas da Gente Negra, W. E. B. Du Bois, 1903
  45. Vasto Mar de Sargaços, Jean Rhys, 1966
  46. Madame Bovary, Gustave Flaubert, 1857
  47. O Paraíso Perdido, John Milton, 1667
  48. Anna Kariênina, Liev Tolstói, 1877
  49. Hamlet, William Shakespeare, 1603
  50. Rei Lear, William Shakespeare, 1608
  51. Otelo, William Shakespeare, 1622
  52. Sonetos, William Shakespeare, 1609
  53. Folhas de Relva, Walt Whitman, 1855
  54. As Aventuras de Huckleberry Finn, Mark Twain, 1885
  55. Kim, Rudyard Kipling, 1901
  56. Frankenstein, Mary Shelley, 1818
  57. Song of Solomon, Toni Morrison, 1977
  58. Voando Sobre um Ninho de Cucos, Ken Kesey, 1962
  59. Por Quem os Sinos Dobram, Ernest Hemingway, 1940
  60. Matadouro 5, Kurt Vonnegut, 1969
  61. Animal Farm, George Orwell, 1945
  62. O Deus das Moscas, William Golding, 1954
  63. A Sangue Frio, Truman Capote, 1965
  64. O Caderno Dourado, Doris Lessing, 1962
  65. Em Busca do Tempo Perdido, Marcel Proust, 1913
  66. À Beira do Abismo, Raymond Chandler, 1939
  67. Enquanto Agonizo, William Faulkner, 1930
  68. O Sol Também se Levanta, Ernest Hemingway, 1926
  69. Eu, Cláudio, Robert Graves, 1934
  70. Coração, Solitário Caçador, Carson McCullers, 1940
  71. Filhos e Amantes, D. H. Lawrence, 1913
  72. All The King's Men, Robert Penn Warren, 1946
  73. Go Tell It on The Mountain, James Baldwin, 1953
  74. A Menina e o Porquinho, E. B. White, 1952
  75. O Coração das Trevas, Joseph Conrad, 1902
  76. Noite, Elie Wiesel, 1958
  77. Corre, Coelho, John Updike, 1960
  78. A Idade da Inocência, Edith Wharton, 1920
  79. O Complexo de Portnoy, Philip Roth, 1969
  80. Uma Tragédia Americana, Theodore Dreiser, 1925
  81. O Dia dos Gafanhotos, Nathanael West, 1939
  82. Trópico de Câncer, Henry Miller, 1934
  83. O Falcão Maltês, Dashiell Hammett, 1930
  84. Mundos Paralelos, Philip Pullman, 1995
  85. Death Comes for the Archbishop, Willa Cather, 1927
  86. A Interpretação dos Sonhos, Sigmund Freud, 1900
  87. A Educação de Henry Adams, Henry Adams, 1918
  88. O Livro Vermelho, Mao Tsé Tung, 1964
  89. As Variedades da Experiência Religiosa, William James, 1902
  90. Reviver o Passado em Brideshead, Evelyn Waugh, 1945
  91. A Primavera Silenciosa, Rachel Carson, 1962
  92. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, John M. Keynes, 1936
  93. Lord Jim, Joseph Conrad, 1900
  94. Goodbye to All That, Robert Graves, 1929
  95. A Sociedade da Abundância, John Kenneth Galbraith, 1958
  96. O Vento nos Salgueiros, Kenneth Grahame, 1908
  97. A Autobiografia de Malcolm X, Alex Haley e Malcolm X, 1965
  98. Eminent Victorians, Lytton Strachey, 1918
  99. A Cor Púrpura, Alice Walker, 1982
  100. Memórias da Segunda Guerra Mundial, Winston Churchill, 1948

http://acervo.revistabula.com/posts/listas/100-melhores-livros-de-todos-os-tempos-lista-das-listas

18 de jul. de 2014

Os 100 livros do século XX

A listagem Os 100 livros do século do Le Monde é uma lista de livros considerados como os cem melhores do século XX, compilada na primavera de 1999 através de uma sondagem da empresa francesa de distribuição de bens culturais Fnac e do jornal parisiense Le Monde.

Os 100 livros do século
n.º Título Autor Ano
1 O estrangeiro Albert Camus Nobel prize medal mod.png 1942
2 Em Busca do Tempo Perdido Marcel Proust 1913–1927
3 O Processo Franz Kafka 1925
4 (Portugal) O Principezinho
(Brasil) O Pequeno Príncipe Antoine de Saint-Exupéry 1943
5 A condição humana André Malraux 1933
6 Viagem ao fundo da noite Louis-Ferdinand Céline 1932
7 As Vinhas da Ira John Steinbeck Nobel prize medal mod.png 1939
8 Por Quem os Sinos Dobram Ernest Hemingway Nobel prize medal mod.png 1940
9 O Bosque das Ilusões Perdidas Alain-Fournier 1913
10 A Espuma dos Dias (filme) Boris Vian 1947
11 O Segundo Sexo Simone de Beauvoir 1949
12 Esperando Godot Samuel Beckett Nobel prize medal mod.png 1952
13 O Ser e o Nada Jean-Paul Sartre [Nobel prize medal mod.png] 1943 14 O Nome da Rosa Umberto Eco 1980
15 Arquipélago Gulag Alexander Soljenítsin Nobel prize medal mod.png 1973
16 Paroles (em francês) Jacques Prévert 1946
17 Álcoois Guillaume Apollinaire 1913
18 O Lótus Azul Hergé 1936
19 Diário de Anne Frank Anne Frank 1947
20 Tristes Trópicos Claude Lévi-Strauss 1955
21 Admirável Mundo Novo Aldous Huxley 1932
22 Mil Novecentos e Oitenta e Quatro George Orwell 1949
23 Asterix o Gaulês René Goscinny e Albert Uderzo 1959
24 A Cantora lirica careca Eugène Ionesco 1952
25 Drei Abhandlungen zur Sexualtheorie (em alemão) Sigmund Freud 1905
26 A Obra ao Negro A Obra em Negro Marguerite Yourcenar 1968
27 Lolita Vladimir Nabokov 1955
28 Ulisses James Joyce 1922
29 O Deserto dos Tártaros Dino Buzzati 1940
30 Os Moedeiros Falsos André Gide Nobel prize medal mod.png 1925
31 Le Hussard sur le toit (em francês) Jean Giono 1951
32 Belle du Seigneur (em francês) Albert Cohen 1968
33Cem Anos de Solidão Gabriel García Márquez Nobel prize medal mod.png 1967
34 O Som e a Fúria William Faulkner Nobel prize medal mod.png 1929
35 Thérèse Desqueyroux (em francês) François Mauriac Nobel prize medal mod.png 1927
36 Zazie no metrô Raymond Queneau 1959
37 Confusão de Sentimentos Stefan Zweig 1927
38 (Portugal) E Tudo o Vento levou (Brasil) …E o Vento Levou Margaret Mitchell 1936
39 O Amante de Lady Chatterley D. H. Lawrence 1928
40 A Montanha Mágica Thomas Mann Nobel prize medal mod.png 1924
41 Bom dia, Tristeza Françoise Sagan 1954
42 Le Silence de la mer (em francês) Vercors 1942
43 A vida: modo de usar Georges Perec 1978
44 O Cão dos Baskervilles Arthur Conan Doyle 1901–1902
45 Sob o Sol de Satã Georges Bernanos 1926
46 O Grande Gatsby F. Scott Fitzgerald 1925
47 A Brincadeira Milan Kundera 1967
48 O Desprezo (filme) Alberto Moravia 1954
49 O Assassinato de Roger Ackroyd Agatha Christie 1926
50 Nadja André Breton 1928
51 Aurélien (em francês) Louis Aragon 1944
52 Le Soulier de satin (em francês) Paul Claudel 1929
53 Seis Personagens à Procura de um Autor Luigi Pirandello Nobel prize medal mod.png 1921
54 A Resistível Ascensão de Arturo Ui Bertolt Brecht 1959
55 Vendredi ou les Limbes du Pacifique (em francês) Michel Tournier 1967
56 A Guerra dos Mundos H. G. Wells 1898
57 Portugal Se Isto É um Homem (Brasil) É isso um Homem? Primo Levi 1947
58 O Senhor dos Anéis J. R. R. Tolkien 1954–1955
59 Les Vrilles de la vigne (em francês) Colette 1908
60 Capital da dor Paul Éluard 1926
61 Martin Eden Jack London 1909
62 A Balada do Mar Salgado Hugo Pratt 1967
63 O Grau Zero da Escrita Roland Barthes 1953
64 A honra perdida de Katrarina Blum Heinrich Böll Nobel prize medal mod.png 1974
65 A Costa das Sirtes Julien Gracq 1951
66 As palavras e as coisas Michel Foucault 1966
67 Pé na estrada Jack Kerouac 1957
68A Maravilhosa Viagem de Nils Holgersson através da Suécia Selma Lagerlöf Nobel prize medal mod.png 1906–1907
69 A Room of One's Own (em inglês) Virginia Woolf 1929
70 Crônicas Marcianas Ray Bradbury 1950 71 O deslumbramento de Lol V. Stein Marguerite Duras 1964
72 O Processo de Adão Pollo J. M. G. Le Clézio Nobel prize medal mod.png 1963
73 Tropismes (em francês) Nathalie Sarraute 1939
74 Jornal Jules Renard 1925
75 Lord Jim Joseph Conrad 1900
76 Escritos Jacques Lacan 1966
77 O Teatro e seu Duplo Antonin Artaud 1938
78 Manhattan Transfer (em inglês) John Dos Passos 1925
79 Ficções Jorge Luis Borges 1944
80 Moravagine (em francês) Blaise Cendrars 1926
81 O General do Exército Morto Ismail Kadare 1963
82 A Escolha de Sofia William Styron 1979
83 Romancero Gitano Federico García Lorca 1928
84 Pietr-le-Letton (em francês) Georges Simenon 1931
85 Nossa Senhora das Flores Jean Genet 1944
86 O Homem sem Qualidades Robert Musil 1930–1932
87 Fureur et mystère (em francês) René Char 1948
88 (Portugal) À Espera no Centeio
(Portugal) Uma Agulha num Palheiro
(Brasil) O Apanhador no Campo de Centeio J. D. Salinger 1951
89 No Orchids For Miss Blandish (em inglês) James Hadley Chase 1939
90 Blake & Mortimer Edgar P. Jacobs 1950
91 Os Cadernos de Malte Laurids Brigge Rainer Maria Rilke 1910
92 La Modification (em francês) Michel Butor 1957
93 As origens do totalitarismo Hannah Arendt 1951
94 (Portugal) Margarida e o Mestre
(Brasil) O Mestre e Margarida Mikhail Bulgakov 1967
95 (Portugal) Rosa-Crucificação
(Brasil) Crucificação Encarnada Henry Miller 1949–1960
96 (Portugal) À Beira do Abismo
(Brasil) O sono eterno Raymond Chandler 1939
97 Amers (em francês) Saint-John Perse Nobel prize medal mod.png 1957
98 Gastão André Franquin 1957
99 Debaixo do Vulcão Malcolm Lowry 1947
100 Os Filhos da Meia-Noite Salman Rushdie 1981

FONTE:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Os_100_livros_do_s%C3%A9culo_do_Le_Monde

9 de jul. de 2014

Adélia Prado no Roda Viva

Roda Viva
Transmitido ao vivo em 24/03/2014

1 de jul. de 2014

Musicas ama
Publicado em 06/11/2013

24 de jun. de 2014

Escritores falam de concursos literários e a dificuldade em publicar o primeiro livro

Diversidade de temas é a marca dos trabalhos dos mineiros


Ganhar um prêmio literário, principalmente quando o autor está tentando começar a carreira, não significa passaporte para a glória nem acesso imediato às grandes editoras, mas pode fazer uma diferença e tanto. Além de aumentar a autoestima do contemplado, dá a ele certa visibilidade e chance real de ver algumas portas se abrirem. Em Minas, há seis anos, essa oportunidade vem sendo oferecida aos candidatos a escritor por meio do Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura, na categoria Jovem escritor mineiro. Os candidatos apresentam o projeto e concorrem a uma bolsa de R$ 42 mil para poder, com tranquilidade, num período de seis meses, escrever o livro. Para concorrer ao prêmio, o postulante deve ter entre 18 e 25 anos, ser nascido no estado ou residir em Minas há cinco anos.

Um dos que souberam aproveitar a chance e há algum tempo vem colhendo os frutos do trabalho foi o escritor e psicanalista Carlos de Brito e Mello, vencedor da primeira edição do prêmio, em 2008, com o projeto do romance 'A passagem tensa dos corpos'. Mineiro de Belo Horizonte, ele teve o livro lançado no ano seguinte pela Editora Companhia das Letras, com ótima recepção de público e crítica, além de ser finalista dos prêmios São Paulo de Literatura, Portugal Telecom e Jabuti. Não teve dificuldades para lançar o romance seguinte, 'A cidade, o inquisidor e os ordinários', que saiu pela mesma editora no ano passado. Brito e Mello estreou na literatura em 2007 com o volume de contos 'O cadáver ri dos seus despojos', publicado pela Editora Scriptum.

Quem também está em fase de finalização do primeiro romance, mas ainda não tem editora, é o mineiro de Pouso Alegre Gustavo Fechus Monteiro, vencedor da mais recente edição do Jovem escritor, no ano passado, com o projeto O narrador, nome mudado para 'Óleo sobre tela – Edição comemorativa'. Graduado em letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), o escritor de 24 anos diz que o melhor prêmio é a aposta feita em um texto futuro. “Além de ser uma possibilidade, como é o meu caso, de poder sair do anonimato e talvez conseguir lançar o livro”, diz.

Ainda de acordo com Fechus, que estreou em 2010 com o livro 'Primeira pessoa', escrito em parceria com sua mãe, a escritora Gislaine Buosi, sua preocupação imediata é terminar de escrever Óleo sobre tela, ao qual vem dedicando boa parte do seu tempo. “O processo de publicação é um outro capítulo, talvez tão difícil quanto escrever, ainda mais para quem não tem experiência em lidar com o mercado editorial, como é o meu caso”, diz. Leitor assumido de autores como os argentinos Jorge Luis Borges e Macedônio Fernandez, Gustavo Fechus adianta, sobre o livro, que se trata de história comprometida com a narrativa de ficção e com a reflexão conceitual sobre os elementos que constituem o gênero.

Artista eclético e vivendo há sete anos em Mariana, o escritor, em paralelo à literatura, investe com sucesso na carreira musical, como violinista. No ano passado, foi vencedor do Prêmio Jovem músico BDMG, de música erudita, e este ano ficou com o Prêmio Jovem instrumentista BDMG de MPB. E já promete, para dezembro, fazer uma apresentação em Belo Horizonte. Quem sabe não lança o livro junto?


Um sonho

Quem também começa a ver realizado o sonho de publicar seu primeiro romance, 'O sonho de Morfeu', projeto com o qual venceu o Jovem escritor em 2011, é André Zambaldi. Nascido em Belo Horizonte, seu livro será publicado pela Editora Asadepapel, com lançamento previsto para o início do segundo semestre, com projeto gráfico de Marcelo Xavier. Formado em história pela Ufop, onde ficou amigo de Gustavo Fechus, Zambaldi conta que ganhar o prêmio significou uma mudança de perspectiva, um alento para algo que até então não passava de um sonho. “Só consegui a bolsa na terceira tentativa, já no limite da idade para concorrer, e tratei de aproveitar”, conta.

Especialista em história medieval, leitor de García Márquez, Umberto Eco, Dostoiévski e Saramago, André Zambaldi diz que começou a se interessar pela literatura jogando RPG com os colegas de faculdade. “Essa modalidade de jogo foi fundamental para que eu pudesse tentar desenvolver uma mentalidade criativa e crítica, além de me fazer interessar mais pela leitura”, revela o escritor.

Sobre 'O sonho de Morfeu', ele diz tratar-se de história que começou a ganhar corpo nos “conturbados tempos vividos em Mariana”. “O protagonista, estudante de um curso de humanas na cidade, sofre com os tormentos do excesso de conhecimento, materializados a ponto de se tornarem reais. Tentei, como Virgílio fez com Dante, levar o leitor a algumas regiões do inferno, vistas de maneira lúcida pelo personagem, que luta pelo controle da própria alma”, adianta André.


No caminho

Outro autor que está com o primeiro romance pronto, 'O frágil toque dos mutilados', com o qual faturou o prêmio em 2012, é Alex Sens Fuziy. O livro deve sair no ano que vem pela Editora Autêntica, com prefácio de Márcia Tiburi. Nascido em Florianópolis,Santa Catarina, em 1988, e há alguns anos vivendo num sítio em Delfim Moreira, no Sul de Minas, o rapaz conta que vencer o Jovem escritor deu a ele a certeza de que estava no caminho certo. “O prêmio me deu uma visibilidade interessante e necessária, consegui matérias em jornais e TVs, além do respeito de algumas pessoas envolvidas com o meio literário. Também me ajudou a conseguir a editora”, revela Alex.

Dizendo-se “escritor desde sempre”, pois começou a esboçar suas primeiras histórias aos 13 anos – na época adorava ler livros de mistério, suspense e terror – Sens Fuziy, antes de começar a escrever 'O frágil toque dos mutilados', lançou dois livros de contos, segundo ele de humor negro e realismo mágico: 'Esdrúxulas e Trincada'. Teve também poemas publicados em coletâneas e revistas literárias virtuais.

Sobre o primeiro romance, que reescreveu várias vezes, o autor diz tratar-se de drama familiar, que envolve um conturbado reencontro entre irmãos que não se veem há três anos. “Um deles tem um transtorno de personalidade e o outro é um alcoólatra em recuperação. Somei a isso uma trágica morte por afogamento em torno da qual gira boa parte das crises vividas pela maioria dos personagens. Não é um romance fácil, tem um ritmo de diário, porque a história é narrada durante 28 dias numa casa em frente ao mar, e carrega muitas das falhas e das dores humanas”, conta o autor.

Na companhia de Carlos de Brito e Mello, Marcelo Fechus, André Zambaldi e Alex Sens Fuziy estão ainda Maria Zilda Santos Freitas, que foi contemplada em 2009 com o projeto de romance 'Insetos', e Rafael Abras, que levou o Prêmio Jovem escritor em 2010. Nascido em Divinópolis, 26 anos, formado em filosofia pela PUC Minas, e atualmente terminando a faculdade de direito na UFMG, Abras conta que seu romance, 'O último escritor', está pronto desde 2011, mas ainda não conseguiu editora para publicá-lo. “Cheguei a enviar o livro para várias, mas não tive resposta de nenhuma. Acho que nem leram”, suspeita.

De bom astral, logo interagindo com os colegas presentes ao encontro na Livraria Scriptum, em BH, Rafael Abras diz ainda que tem muita vontade de lançar o livro. Mas não queria fazê-lo só por vaidade e aguarda que algum editor se interesse em publicá-lo. Sobre a premiação, disse que ficou muito feliz, pois não esperava sair vencedor. “Para mim, que uma vez ganhei zero numa prova no colégio por ter respondido a uma questão em versos, foi uma vitória e tanto”, conclui.


http://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/arte-e-livros/2014/06/18/noticia_arte_e_livros,156393/escritores-falam-de-concursos-literarios-e-a-dificuldade-em-pubicar-o.shtml

18 de jun. de 2014

É APENAS UM CÃO...


Há não muito tempo,alguém me perguntou:
Você deixa de viajar por não ter com quem deixar sua cachorrinha?

Sorri, porque esse alguém apenas não entende o que é: - apenas um cão -

De vez em quando escuto alguém dizer: "Para com isso! É apenas um cão!"
Ou então: " Mas é muito dinheiro para se gastar com ele...é apenas um cão!"

Estas pessoas não sabem do caminho percorrido, do tempo gasto ou dos custos que significam "apenas um cão".

Muitos de meus melhores momentos me foram trazidos por "apenas um cão". Por muitas vezes em minha vida, a minha unica companhia era "apenas um cão"
Muitas de minhas tristezas foram amenizadas por "apenas um cão". E nos dias mais sombrios, o toque de "apenas um cão" me deu forças para seguir em frente.

E se voce é daqueles que pensam que ele é "apenas um cão", você também deve entender as expressões "apenas um amigo", "apenas um sol" "apenas uma promessa" etc...

"Apenas um cão" deu a minha vida a verdadeira essência da amizade, da confiança e da felicidade.

"Apenas um cão" faz aflorar compaixão e a paciência, que fazem de mim, uma pessoa melhor.

Porque para mim e para pessoas como eu, não se trata de "apenas um cão", mas da incorporação de todos os sonhos e da esperança do futuro. Das lembranças afetuosas do passado; da pura felicidade do momento presente.

"Apenas um cão" faz brotar o que há de bom em mim e dissolve meus pensamentos e as preocupações do meu dia.

Eu espero que algum dia , as pessoas entendam que não é "apenas um cão" , mas aquilo que me torna mais humano e permite que eu não seja "apenas um homem".

Então, da próxima vez em que você escutar a frase:
"é apenas um cão", apenas sorria para essas pessoas porque elas apenas não entendem.


PARA AJUDAR OS ANIMAIS NAO DEIXE PRA DEPOIS!

Autora: Momô Bittner

6 de jun. de 2014

MEU SORRISO


Meu sorriso é oculto.
Sorriso de Mona Lisa
Enigmático
Misterioso
Exposto apenas
Na alma.


Meu sorriso é inesperado
Pequenino.
Sorriso de criança
De mulher.


Meu sorriso
Espelha o que trago no coração.
Meu sorriso
É chuva
É vento
É céu azul.


Meu sorriso
É tranquilo
Solitário
Tímido
Sincero.


Meu sorriso
Sobrevive
A dor
Ao tempo.
Esconde-se na alma
Entre a lua e as estrelas.


É esperança
É lágrima
É paz.

29 de mai. de 2014

PEQUENINO




Pequenino urso
De brava bravura
Tão amado
Que ilumina o mundo
Com teu brilho.
Invade tua doçura
O meu ser.

Frondoso ser
Tão pequenino!
Tão gigante!

Pequeno Dom Quixote
Herói romântico
Herói de muitos

Teu caminho
Foi guiado por anjos.
Teu nome
Escrito nas estrelas.

Doce golfinho
Príncipe dos mares
Tão forte!
Tão amado!

De olhar cristalino
De raios azuis
Incomparável ser.


Meu Sol.

22 de mai. de 2014

A produção cultural nos anos de chumbo

tvbrasil - Publicado em 21/04/2014

14 de mai. de 2014

50 frases clássicas de escritores célebres

Abaixo, em ordem de alfabética, as 50 frases escolhidas, sem repetir autores.

“Não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos.”
Anaïs Nin

“A moral é a debilidade do cérebro.”
Arthur Rimbaud

“O que realmente deixa um homem lisonjeado é o fato de você o considerar digno de adulação.”
Bernard Shaw

“Há livros escritos para evitar espaços vazios na estante.”
Carlos Drummond de Andrade

“Respirar é uma doença!”
Charles Bukowski

“Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga.”
Denis Diderot

“Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo.”
Eça de Queiróz

“Felicidade em pessoas inteligentes é a coisa mais rara que conheço.”
Ernest Hemingway

“Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer.”
Fernando Pessoa

“A mentira é o único privilégio do homem sobre todos os outros animais.”
Fiódor Dostoiévski

“Ninguém pode ser sábio de estômago vazio.”
George Eliot “Em tempos de embustes universais, dizer a verdade se torna um ato revolucionário.”
George Orwell

“Algo deve mudar para que tudo continue como está.”
Giuseppe Tomasi di Lampedusa

“Tenha cuidado com a tristeza. É um vício.”
Gustave Flaubert

“Não há mentira pior do que uma verdade mal compreendida por aqueles que a ouvem.”
Henry James

“É permissível a cada um de nós morrer pela sua fé, mas não matar por ela.”
Hermann Hesse

“É pecado pensar mal dos outros, mas raramente é engano.”
H. L. Mencken

“É tão absurdo dizer que um homem não pode amar a mesma mulher toda a vida, quanto dizer que um violinista precisa de diversos violinos para tocar a mesma música.”
Honoré de Balzac

“Os criacionistas fazem com que uma teoria pareça uma coisa que se inventou depois de beber a noite inteira.”

Isaac Asimov
“A verdadeira função do homem é viver, não existir.”
Jack London

“A única exigência que faço aos meus leitores é que devem dedicar as suas vidas à leitura das minhas obras.”
James Joyce

“Quem é que quer flores depois de morto?”
J. D. Salinger

“A democracia é um erro estatístico, porque na democracia decide a maioria e a maioria é formada de imbecis.”
Jorge Luis Borges

“Viver é negócio muito perigoso.”
João Guimarães Rosa

“Luz, mais luz.”
Johann Wolfgang von Goethe

“O horror! O horror!”
Joseph Conrad

“Um pouco de desprezo economiza bastante ódio.”
Jules Renard

“Ser valente é muito mais fácil do que ser homem.”
Julio Cortázar

“O ciúme é um latido que atrai cães.”
Karl Kraus

“Humanista é uma pessoa com grande interesse pelos seres humanos. Meu cachorro é humanista.”
Kurt Vonnegut

“Todas as famílias felizes se parecem; cada família infeliz é infeliz à sua maneira.”
Liev Tolstói

“A solidão é a mãe da sabedoria.”
Laurence Sterne

“Estar sozinho é treinarmo-nos para a morte.”
Louis-Ferdinand Céline

“Assim é, se lhe parece”.
Luigi Pirandello

“Para os peixinhos do aquário, quem troca a água é Deus.”
Mario Quintana “Aquele que lê maus livros não leva vantagem sobre aquele que não lê livro nenhum.” Mark Twain

“Não há regra sem exceção.”
Miguel de Cervantes

“Toda mulher gosta de apanhar.”
Nelson Rodrigues

“Quanto mais sublimes forem as verdades mais prudência exige o seu uso; senão, de um dia para o outro, transformam-se em lugares comuns e as pessoas nunca mais acreditam nelas.”
Nikolai Gógol

“Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.”
Oscar Wilde

“Qual é a tarefa mais difícil do mundo? Pensar.”
Ralph Waldo Emerson

“A política talvez seja a única profissão para a qual não se julga necessária uma preparação.”
Robert Louis Stevenson

“Quando uma pessoa sofre um delírio, se chama loucura. Quando muitas pessoas sofrem um delírio, isso se chama religião.”
Robert M. Pirsig

“Não há nenhum pensamento importante que a burrice não saiba usar, ela é móvel para todos os lados e pode vestir todos os trajes da verdade.”
Robert Musil

“Respirei fundo e escutei o velho e orgulhoso som do meu coração. Eu sou, eu sou, eu sou.”
Sylvia Plath

“Nada inspira mais coragem ao medroso do que o medo alheio.”
Umberto Eco

“Nossa existência não é mais que um curto circuito de luz entre duas eternidades de escuridão.”
Vladimir Nabókov

“A gargalhada é o sol que varre o inverno do rosto humano.”
Victor Hugo

“Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas.”
Voltaire

“A vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e de fúria, sem sentido algum.”
William Shakespeare

http://www.revistabula.com/324-50-frases-classicas-de-escritores-celebres/

9 de mai. de 2014

Entretenimento e Literatura

tvbrasil - Publicado em 15/04/2014

6 de mai. de 2014

A nova geração de ficcionistas.

tvbrasil - Publicado em 18/04/2014

2 de mai. de 2014

Internet e novas possibilidade para a Literatura.

 tvbrasil  - Publicado em 16/04/2014



No Entrelivros ao vivo desta segunda-feira, 14, Renana Lessa conversa com os jornalistas André Giusti e Alexandre Marino sobre Internet e novas possibilidade para a Literatura.

26 de abr. de 2014

Sustentabilidade e mudanças o padrão de consumo e cultura

o Entrelivros conversa sobre sustentabilidade e mudanças no padrão de consumo e cultura. No estúdio do programa, montado dentro da Bienal do Livro e da Leitura de Brasília, Renana Lessa conversa com o biólogo e escritor moçambicano Mia Couto e com o escritor e diplomata Samuel Pinheiro Guimarães.

Publicado em 18/04/2014 - tvbrasil

21 de abr. de 2014

A II Bienal Brasil do Livro aconteceu no dia 11 ao dia 21 de abril.



Em abril de 2012, durante dez dias, a I Bienal Brasil do Livro e da Leitura reuniu em Brasília cerca de 200 autores de todos os continentes. Com o tema “O poder transformador do livro e da leitura” o evento homenageou dois dos mais importantes nomes das letras de todo o mundo: o escritor nigeriano Wole Soyinka, prêmio Nobel de Literatura de 1986, e Ziraldo, um dos maiores expoentes de literatura infantil brasileira.

A Bienal Brasil do Livro e da Leitura é um dos maiores eventos literários do país. Uma programação diversificada e inteiramente gratuita atraiu mais de 250 mil visitantes, que participaram de lançamentos de livros, seminários, debates, palestras, encontros, oficinas, exibições de filmes, exposições, homenagens, shows e apresentações teatrais. Para estudantes e professores, a Bienal teve um atrativo especial: livros a preços acessíveis ou com descontos.

A I Bienal foi realizada na Esplanada dos Ministérios da capital do País, cidade patrimônio cultural da humanidade. Em uma área de 16 mil metros quadrados foi montada uma estrutura que abrigou 158 estandes de venda, que disponibilizaram mais de 80 mil títulos e publicações de cerca de 350 editoras. Estima-se que mais de 330 mil livros foram vendidos durante a realização do projeto, em uma movimentação financeira que atingiu mais de 6 milhões de reais.

A II Bienal Brasil do Livro e da Leitura promoverá 10 dias dedicados a seminários, debates, palestras, lançamentos e mostra de cinema. A lista de escritores convidados é pródiga e cobre vários continentes. O uruguaio Eduardo Galeano, autor de obras antológicas como As veias abertas da América Latina e a trilogia Memória do Fogo, será o homenageado internacional do evento. E o grande mestre Ariano Suassuna, considerado por muitos críticos como o maior escritor brasileiro em atividade, receberá as honras como homenageado nacional, trazendo para a Bienal seu pensamento indignado em defesa da cultura brasileira.

http://www.bienalbrasildolivro.com.br/

18 de abr. de 2014

O escritor Gabriel García Márquez


Famoso por "Cem Anos de Solidão", escritor colombiano morreu nesta quinta-feira (17), aos 87 anos.

O escritor Gabriel García Márquez morreu nesta quinta-feira (17), aos 87 anos. Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1982, o autor de "Cem Anos de Solidão" foi um dos mais importantes escritores da América Latina e de toda a língua espanhola.


O iG separou 15 frases marcantes do escritor:

1 - "Nenhuma medicina cura o que a felicidade não pode curar."

2 - "O que importa na vida não é o que acontece com você, mas o que você lembra e como você lembra."

3 - "Um escritor famoso que quer continuar escrevendo precisa se defender constantemente da fama."

4 - "Não acredito em Deus, mas tenho medo Dele."

5 - "A pior forma de sentir saudade de alguém é estar sentado ao seu lado e saber que nunca o poderá ter."

6 - "Não há na vida lugar mais triste do que uma cama vazia."

7 - "A sabedoria é algo que quando nos bate à porta já não nos serve para nada"

8 - "O único arrependimento que eu vou ter de morrer é se não for por amor"

9 - "O problema do casamento é que ele acaba toda noite depois de fazer amor, e precisa ser reconstruído toda manhã após o café."

10 - "A mentira é mais confortável do que a dúvida, mais útil do que o amor e mais duradoura do que a verdade."

11 - "Um verdadeiro amigo é alguém que pega a sua mão e toca o seu coração."

12 - " O sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança."

13 - "Todo ser humano tem três vidas: a pública, a privada e a secreta."


14 - "Não é verdade que as pessoas param de buscar seus sonhos porque envelhecem. Elas envelhecem porquem param de buscar seus sonhos."

15 - "Não chore porque acabou, sorria porque aconteceu."

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/livros/2014-04-17/veja-15-frases-marcantes-de-garcia-marquez.html


16 de abr. de 2014

Florbela Espanca


Batizada como Flor Bela de Alma da Conceição Espanca, foi uma poetisa portuguesa.

A sua vida, de apenas trinta e seis anos, foi plena, embora tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização, feminilidade e panteísmo.

Florbela Espanca causou grande impressão entre seus pares e entre literatos e público de seu tempo e de tempos posteriores. Além da influência que seus versos tiveram nos versos de tantos outros poetas, são aferidas também algumas homenagens prestadas por outros eminentes poetas à pessoa humana e lírica da poetisa. Manuel da Fonseca, em seu "Para um poema a Florbela" de 1941, cantava "(…)«E Florbela, de negro,/ esguia como quem era,/ seus longos braços abria/ esbanjando braçados cheios/ da grande vida que tinha!»". Também Fernando Pessoa, em um poema datilografado e não datado de nome "À memória de Florbela Espanca", descreve-a como "«alma sonhadora/ Irmã gémea da minha!»".

Bibliografia 
Poesia
1919 Livro de Mágoas. Lisboa: Tipografia Maurício. (eBook)
1923 Livro de Sóror Saudade. Lisboa: Tipografia A Americana.
1931 Charneca em Flor. Coimbra: Livraria Gonçalves.
1931 Juvenília: versos inéditos de Florbela Espanca (com 28 sonetos inéditos). Estudo crítico de Guido Battelli. Coimbra: Livraria Gonçalves.
1934 Sonetos Completos (Livro de Mágoas, Livro de Sóror Saudade, Charneca em Flor, Reliquiae). Coimbra: Livraria Gonçalves.

Prosa
1931 As Máscaras do Destino. Porto: Editora Marânus.
1981 Diário do Último Ano. Prefácio de Natália Correia. Lisboa: Livraria Bertrand.
1982 O Dominó Preto. Prefácio de Y. K. Centeno. Lisboa: Livraria Bertrand.

Coletâneas
1985/86 Obras Completas de Florbela Espanca. 8 vols. Edição de Rui Guedes. Lisboa: Publicações Dom Quixote.
1994 Trocando Olhares. Estudo introdutório, estabelecimento de textos e notas de Maria Lúcia Dal Farra. Lisboa: Imprensa Nacional/ Casa da Moeda.

Epistolografia
1931 Cartas de Florbela Espanca (A Dona Júlia Alves e a Guido Battelli). Coimbra: Livraria Gonçalves.
1949 Cartas de Florbela Espanca. Prefácio de Azinhal Abelho e José Emídio Amaro. Lisboa: Edição dos Autores.
Traduções[editar | editar código-fonte] 1926 Ilha azul, de Georges Thiery. Figueirinhas do Porto.
____ O segredo do marido, de M. Maryan. Biblioteca das Famílias. 1927 O segredo de Solange, de M. Maryan. Biblioteca das Famílias.
____ Dona Quichota, de Georges de Peyrebrune. Biblioteca do Lar.
____ O romance da felicidade, de Jean Rameau Biblioteca do Lar.
____ O castelo dos noivos, de Claude Saint-Jean
____ Dois noivados, de Champol. Biblioteca do Lar.
____ O canto do cuco, de Jean Thiery. Biblioteca do Lar.
1929 Mademoiselle de la Ferté (romance da actualidade) de Pierre Benoit. Série Amarela. 1932 Máxima (romance da actualidade, de A. Palácio Váldes. Coleção de Hoje.) Algumas reedições[editar | editar código-fonte]
ESPANCA, Florbela. Poemas de Florbela Espanca. Edição preparada pó Maria Lúcia Dal Farra. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
____. Sonetos Completos. 7ª ed. Prefácio de José Régio. Coimbra: Livraria Gonçalves, 1946.
____. As Máscaras do Destino. 4ª ed. Prefácio de Agustina Besa Luís. Amadora: Bertrand Editora, 1982.
____. Contos Completos. 2ª ed. Venda Nova: Bertrand Editora, 1995.
____. Obras Completas de Florbela Espanca, Lisboa: Publicações D. Quixote, 1992.
____. Obras Completas – Poesia (1903 - 1917). Coleção Obras Completas de Florbela Espanca. Vol. I. Lisboa: Publicações D. Quixote, 1985.
____. Poesia Completa. Prefácio, organização e notas de Rui Guedes. Coleção Autores de Língua Portuguesa – Poesia. Venda Nova: Bertrand Editora,1994.
____. Sonetos. Prefácio de José Régio. Lisboa: Bertrand Editora, 1982.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Florbela_Espanca

5 de abr. de 2014

EU


Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,

E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

(Florbela Espanca)

31 de mar. de 2014

27 de mar. de 2014

Antes de Amar-te...

(Pablo Neruda)

Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.

21 de mar. de 2014

Ser Poeta

(Florbela Espanca)

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens!
Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente... 
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

14 de mar. de 2014

VAIDADE

(Florbela Espanca)

Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo!
 E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!
Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda curvada!
E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho...
E não sou nada!...

8 de mar. de 2014

A Mulher

(Florbela Espanca)

Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!
Quantas morrem saudosa duma imagem.
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca rir alegremente!
Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento!
Paixão que faria a felicidade.
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!

5 de mar. de 2014

Querer


(Pablo Neruda)

Não te quero senão porque te quero
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti te quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viageiro
É não ver-te e amar-te como um cego.
Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.

28 de fev. de 2014

SINTO SAUDADE




TRECHO DA POESIA "SINTO SAUDADE" de Kris Rikardsen

22 de fev. de 2014

Preciso, para


Preciso que um barco atravesse o mar
lá longe
para sair dessa cadeira
para esquecer esse computador
e ter olhos de sal
boca de peixe
e o vento frio batendo nas escamas.
Preciso que uma proa atravesse a carne
cá dentro
para andar sobre as águas
deitar nas ilhas e
olhar de longe esse prédio
essa sala
essa mulher sentada diante do computador
que bebe a branca luz eletrônica
e pensa no mar.

(Marina Colasanti)

12 de fev. de 2014

Lágrimas Ocultas



Se me ponho a cismar em outras eras
Em que rí e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi outras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

(Florbela Espanca)

6 de fev. de 2014

APRENDI




TRECHO DA POESIA "APRENDI" DE KRIS RIKARDSEN.

27 de jan. de 2014

Oração do poeta


Anjo da poesia

Sopra- nos

Um verso novo...

dá-nos essa alegria

Pra enchemos o mundo

De calma... paz e harmonia.

(Paulo Vicente Ferreira Ferreira)

18 de jan. de 2014

Os 10 maiores poemas dos últimos 200 anos

1 — A Terra Desolada
(T. S. Eliot)

Abril é o mais cruel dos meses, germina
Lilases da terra morta, mistura
Memória e desejo, aviva
Agônicas raízes com a chuva da primavera.
O inverno nos agasalhava, envolvendo
A terra em neve deslembrada, nutrindo
Com secos tubérculos o que ainda restava de vida.
O verão; nos surpreendeu, caindo do Starnbergersee
Com um aguaceiro. Paramos junto aos pórticos
E ao sol caminhamos pelas aleias de Hofgarten,
Tomamos café, e por uma hora conversamos.
Big gar keine Russin, stamm’ aus Litauen, echt deutsch.
Quando éramos crianças, na casa do arquiduque,
Meu primo, ele convidou-me a passear de trenó.
E eu tive medo. Disse-me ele, Maria,
Maria, agarra-te firme. E encosta abaixo deslizamos.
Nas montanhas, lá, onde livre te sentes.
Leio muito à noite, e viajo para o sul durante o inverno.
Que raízes são essas que se arraigam, que ramos se esgalham
Nessa imundície pedregosa? Filho do homem,
Não podes dizer, ou sequer estimas, porque apenas conheces
Um feixe de imagens fraturadas, batidas pelo sol,
E as árvores mortas já não mais te abrigam,
nem te consola o canto dos grilos,
E nenhum rumor de água a latejar na pedra seca. Apenas
Uma sombra medra sob esta rocha escarlate.
(Chega-te à sombra desta rocha escarlate),
E vou mostrar-te algo distinto
De tua sombra a caminhar atrás de ti quando amanhece
Ou de tua sombra vespertina ao teu encontro se elevando;
Vou revelar-te o que é o medo num punhado de pó.
(Trecho de “Terra Desolada”, de T. S. Eliot. Tradução de Ivan Junqueira)

2 — Tabacaria
(Fernando Pessoa)

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo.
que ninguém sabe quem é
( E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes
e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
(Trecho de “Tabacaria”, de Fernando Pessoa)

3 — A Máquina do Mundo
(Carlos Drummond de Andrade)

E como eu palmilhasse vagamente
uma estrada de Minas, pedregosa,
e no fecho da tarde um sino rouco
se misturasse ao som de meus sapatos
que era pausado e seco; e aves pairassem
no céu de chumbo, e suas formas pretas
lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vinda dos montes
e de meu próprio ser desenganado,
a máquina do mundo se entreabriu
para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensado se carpia.
Abriu-se majestosa e circunspecta,
sem emitir um som que fosse impuro
nem um clarão maior que o tolerável
pelas pupilas gastas na inspeção
contínua e dolorosa do deserto,
e pela mente exausta de mentar
toda uma realidade que transcende
a própria imagem sua debuxada
no rosto do mistério, nos abismos.
Abriu-se em calma pura, e convidando
quantos sentidos e intuições restavam
a quem de os ter usado os já perdera
e nem desejaria recobrá-los,
se em vão e para sempre repetimos
os mesmos sem roteiro tristes périplos,
convidando-os a todos, em coorte,
a se aplicarem sobre o pasto inédito
da natureza mítica das coisas.
(Trecho de “A Máquina do Mundo”, de Carlos Drummond de Andrade)

4 — Os Homens Ocos
(T. S. Eliot)

Nós somos os homens ocos
Os homens empalhados
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada. Ai de nós!
Nossas vozes dessecadas,
Quando juntos sussurramos,
São quietas e inexpressas
Como o vento na relva seca
Ou pés de ratos sobre cacos
Em nossa adega evaporada
Fôrma sem forma, sombra sem cor
Força paralisada, gesto sem vigor;
Aqueles que atravessaram
De olhos retos, para o outro reino da morte
Nos recordam — se o fazem — não como violentas
Almas danadas, mas apenas
Como os homens ocos
Os homens empalhados.
II
Os olhos que temo encontrar em sonhos
No reino de sonho da morte
Estes não aparecem:
Lá, os olhos são como a lâmina
Do sol nos ossos de uma coluna
Lá, uma árvore brande os ramos
E as vozes estão no frêmito
Do vento que está cantando
Mais distantes e solenes
Que uma estrela agonizante.
Que eu demais não me aproxime
Do reino de sonho da morte
Que eu possa trajar ainda
Esses tácitos disfarces
Pele de rato, plumas de corvo, estacas cruzadas
E comportar-me num campo
Como o vento se comporta
Nem mais um passo
— Não este encontro derradeiro
No reino crepuscular
(Trecho de “Os Homens Ocos”, de T.S. Eliot. Tradução de Ivan Junqueira)

5 — Velejando para Bizâncio
(William Buttler Yeats)

Aquela não é terra para velhos. Gente
jovem, de braços dados, pássaros nas ramas
— gerações de mortais — cantando alegremente,
salmão no salto, atum no mar, brilho de escamas,
peixe, ave ou carne glorificam ao sol quente
tudo o que nasce e morre, sêmen ou semente.
Ao som da música sensual, o mundo esquece
as obras do intelecto que nunca envelhece.
Um homem velho é apenas uma ninharia,
trapos numa bengala à espera do final,
a menos que a alma aplauda, cante e ainda ria
sobre os farrapos do seu hábito mortal;
nem há escola de canto, ali, que não estude
monumentos de sua própria magnitude.
Por isso eu vim, vencendo as ondas e a distância,
em busca da cidade santa de Bizâncio.
Ó sábios, junto a Deus, sob o fogo sagrado,
como se num mosaico de ouro a resplender,
vinde do fogo santo, em giro espiralado,
e vos tornai mestres-cantores do meu ser .
Rompei meu coração, que a febre faz doente
e, acorrentado a um mísero animal morrente,
já não sabe o que é; arrancai-me da idade
para o lavor sem fim da longa eternidade.
Livre da natureza não hei de assumir
conformação de coisa alguma natural,
mas a que o ourives grego soube urdir
de ouro forjado e esmalte de ouro em tramas,
para acordar do ócio o sono imperial;
ou cantarei aos nobres de Bizâncio e às damas,
pousado em ramo de ouro, como um pássaro,
o que passou e passará e sempre passa.
(Trecho de “Velejando para Bizâncio”, de William Buttler Yeats. Tradução de Augusto de Campos)

6 — À Espera dos Bárbaros
(Konstantinos Kaváfis)

O que esperamos na ágora reunidos?
É que os bárbaros chegam hoje.
Por que tanta apatia no senado?
Os senadores não legislam mais?
É que os bárbaros chegam hoje.
Que leis hão de fazer os senadores?
Os bárbaros que chegam as farão.
Por que o imperador se ergueu tão cedo
e de coroa solene se assentou
em seu trono, à porta magna da cidade?
É que os bárbaros chegam hoje.
O nosso imperador conta saudar
o chefe deles. Tem pronto para dar-lhe
um pergaminho no qual estão escritos
muitos nomes e títulos.
Por que hoje os dois cônsules e os pretores
usam togas de púrpura, bordadas,
e pulseiras com grandes ametistas
e anéis com tais brilhantes e esmeraldas?
Por que hoje empunham bastões tão preciosos
de ouro e prata finamente cravejados?
É que os bárbaros chegam hoje,
tais coisas os deslumbram.
Por que não vêm os dignos oradores
derramar o seu verbo como sempre?
(Trecho de “À Espera dos Bárbaros”, de Konstantinos Kaváfis. Tradução de José Paulo Paes)

7 — O Cemitério Marinho
(Paul Valéry)

Esse teto tranquilo, onde andam pombas,
Palpita entre pinheiros, entre túmulos.
O meio-dia justo nele incende
O mar, o mar recomeçando sempre.
Oh, recompensa, após um pensamento,
Um longo olhar sobre a calma dos deuses!
Que lavor puro de brilhos consome
Tanto diamante de indistinta espuma
E quanta paz parece conceber-se!
Quando repousa sobre o abismo um sol,
Límpidas obras de uma eterna causa
Fulge o Tempo e o Sonho é sabedoria.
Tesouro estável, templo de Minerva,
Massa de calma e nítida reserva,
Água franzida, olho que em ti escondes
Tanto de sono sob um véu de chama,
— Ó meu silêncio!… Um edifício na alma,
Cume dourado de mil, telhas, teto!
Templo do Templo, que um suspiro exprime,
Subo a este ponto puro e me acostumo,
Todo envolto por meu olhar marinho.
E como aos deuses dádiva suprema,
O resplendor solar sereno esparze
Na altitude um desprezo soberano.
Como em prazer o fruto se desfaz,
Como em delícia muda sua ausência
Na boca onde perece sua forma,
Aqui aspiro meu futuro fumo,
Quando o céu canta à alma consumida
A mudança das margens em rumor.
(Trecho de “O Cemitério Marinho”, de Paul Valéry. Tradução de Darcy Damasceno)

8 — Hugh Selwyn Mauberly
(Ezra Pound)

Vai, livro natimudo,
E diz a ela
Que um dia me cantou essa canção de Lawes:
Houvesse em nós
Mais canção, menos temas,
Então se acabariam minhas penas,
Meus defeitos sanados em poemas
Para fazê-la eterna em minha voz
Diz a ela que espalha
Tais tesouros no ar,
Sem querer nada mais além de dar
Vida ao momento,
Que eu lhes ordenaria: vivam,
Quais rosas, no âmbar mágico, a compor,
Rubribordadas de ouro, só
Uma substância e cor
Desafiando o tempo.
Diz a ela que vai
Com a canção nos lábios
Mas não canta a canção e ignora
Quem a fez, que talvez uma outra boca
Tão bela quanto a dela
Em novas eras há de ter aos pés
Os que a adoram agora,
Quando os nossos dois pós
Com o de Waller se deponham, mudos,
No olvido que refina a todos nós,
Até que a mutação apague tudo
Salvo a Beleza, a sós.
(Trecho de “Hugh Selwyn Mauberly”, de Ezra Pound. Tradução de A. de Campos)

9 — Poema em Linha Reta
(Fernando Pessoa)

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida…
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
(Trecho de “Poema em Linha Reta”, de Fernando Pessoa)

10 — Poema Sujo
(Ferreira Gullar)

turvo turvo
a turva
mão do sopro
contra o muro
escuro
menos menos
menos que escuro
menos que mole e duro
menos que fosso e muro: menos que furo
escuro
mais que escuro:
claro
como água? como pluma?
claro mais que claro claro: coisa alguma
e tudo
(ou quase)
um bicho que o universo fabrica
e vem sonhando desde as entranhas
azul
era o gato
azul
era o galo
azul
o cavalo
azul
teu cu
tua gengiva igual a tua bocetinha
que parecia sorrir entre as folhas de
banana entre os cheiros de flor
e bosta de porco aberta como
uma boca do corpo
(não como a tua boca de palavras) como uma
entrada para
eu não sabia tu
não sabias
fazer girar a vida
com seu montão de estrelas e oceano
entrando-nos em ti
bela bela
mais que bela
mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera
nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
Seu nome seu nome era…
Perdeu-se na carne fria
perdeu na confusão de tanta noite e tanto dia
(Trecho de “Poema Sujo”, de Ferreira Gullar)