Falar de Willian Shakespeare é falar de Elizabeth I. A obra do maior escritor da língua inglesa floresceu sob o reinado dessa mulher. Mulher forte, inteligente, culta, grande apreciadora de arte, principalmente do teatro. Graças a ela, Shakespeare teve a oportunidade necessária para mostrar o Grande Autor que era.
Shakespeare revolucionou o teatro. Oficialmente escreveu 37 peças, 154 sonetos, além de dois longos poemas narrativos (“Vênus e Adônis” e “A violação de Lucrecia”); no entanto há indícios de que tenha colaborado com uma série de outros. Sua obra é magnífica, poética, refinada, popular, completa. Em seus textos há magia, ação, essência humana. Podia ficar horas imersa em seu universo.
Navegou como poucos na natureza humana. Criou grandes personagens. Personagens tão ricos que transcendem as limitações do tempo. Tão marcantes que esquecemos que eles são apenas fictícios, tamanha é sua genialidade. Mergulhando no universo de Shakespeare, percebemos que a MULHER tem um papel de destaque. Seja na tragédia ou na comédia.
Desdêmona (Otelo, o mouro de Veneza), Cordélia (Rei Lear), Julieta (Romeu e Julieta), Helena (Tudo está bem quando termina bem / bom é o que bem acaba), Isabela (Medida por medida), Adriana (A Comédia dos erros); Catarina (A megera domada), Beatriz (Muito barulho por nada), Viola ( Noite de reis), Rosalinda (Como quiseres), Porcia, Jéssica e Nerissa (O mercador de Veneza), Hérnia e Helena (Sonho de uma noite de verão), Gertrude (Hamlet), Imogênia (Cimbeline), Ofélia... todas mulheres de Shakespeare.
As mulheres de Shakespeare têm a língua afiada e personalidade como a “Megera domada”. Podem ser decididas e autoconfiantes. Encantadoras como Julieta ou submissas e obedientes como Desdêmona. Possui qualidades masculina e feminina. Ser independentes, com traços feministas como Catarina e Beatriz. Ou extremamente ambiciosas como Lady Macbeth (Macbeth). Também podem ser doces e castas como Marina (Péricles) e Miranda (A tempestade). As mulheres de Shakespeare são apaixonadas e dispostas a lutar por seu amor como em "Os dois cavalheiros de Verona" . Vestir-se de homens, transgredir costumes, participar de jogos políticos, passar-se por loucas. As mulheres de Shakespeare possuem inúmeras facetas. São inusitadas, enigmáticas, únicas.
Quem não conhece a história dos amantes de Verona? Uma história real que ganhou notoriedade nas mãos do escritor inglês. Julieta, a doce Julieta. A menina que se tornou uma mulher capaz de transgredir convenções em defesa de seu amor. Um amor eternizado.
Uma outra personagem marcante, controversa, que já gerou discussão, é Catarina – A Megera Domada. Através dela, Shakespeare defende os direitos da mulher e critica o machismo com muito humor.
Ah, as mulheres de Shakespeare...
Passo a palavra ao autor.
“Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.
Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.
Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:
Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.
(Soneto 17 – Willian Shakespeare)
As mulheres de Shakespeare viverão para sempre, em suas obras.
Um gênio. Um mestre para outros.
Leitura obrigatória.
(Kris Rikardsen)
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