14 de out. de 2010

Ser MULHER

Temos muito do que nos orgulharmos,
muito a refletir e também muito a lamentar. Anos de lutas,
de conquistas, de sofrimento, anos de aprendizado...
Lutamos tanto por liberdade, por igualdade, por dignidade,
para sermos respeitadas como ser humano e,
no entanto, comportamo-nos tolamente.
Apesar de tantas vitórias,
muitas de nós ainda desconheçam

o verdadeiro significado de ser uma mulher.

Em pleno século XXI, continuamos a ser subjugada.
E não por um homem, mas por nós mesmas. Tanto desamor!
Por que nos torturamos assim? Tornamos nosso próprio algoz.
Infeliz da mulher que constrói castelo de cartas.
Baseia toda sua vida numa ilusão.


Ah, Mulher!
Como pode contentar-se em ser amante de um homem
quando devia ser a SENHORA?
Se contenta em ser escrava, um mero objeto...
Por que se utilizar dos dotes físicos para conseguir vantagens
quando já é dona de um fabuloso tesouro?
Por que se comportar de forma tão leviana?
Rastejar como um animal peçonhento
quando devia portar-se como uma deusa.
Confunde liberdade com promiscuidade.
Por que nos portar de forma tão indigna se somos tão especiais?
Como pode negar sua essência divina?
Insensatas sois!
Semeias tempestade e colherás sofrimento.

Aparentamos ser tão frágeis e somos tão fortes!
Mais fortes que imaginamos. Uma verdadeira fortaleza.
Somos capazes de amar incondicionalmente.
De ir à lua, de até conquistar o mundo com sutileza e graciosidade.
Mas infelizmente, muitas de nós são incapazes
de respeitar a si próprias, de amar-se, de se aceitar.
Querem ser respeitadas, mas não se respeitam.
Querem ser amadas, mas não se amam.
Muitas, ao menos, têm noção da dimensão
do que é ser uma mulher.
Deixam acorrentar-se por uma ditadura insana. Absurda. Cruel.

Tornaram-se escravas da beleza. Estar sempre bela
a qualquer custo, mesmo que o preço seja a própria vida.
Passam por cima de si mesmas e para quê?


A beleza nunca foi tão exaltada. Cada vez mais,
pessoas estão se atirando numa busca insensata e insana
atrás da eterna juventude, da uma beleza irreal.
Homens, mulheres e até crianças!
A constante insatisfação com a aparência física
é um forte sinal de baixa auto-estima.

Esse parece ser o mal do século.


Não há nada de errado em querer ser bela,
em cuidar da aparência.
O mal está no exagero.
Num padrão de beleza tão rígido que poucas conseguem alcançar. Muitas procuram o caminho mais fácil.

Para que “perder” horas dentro de uma academia
quando é possível conseguir um resultado imediato
com uma plástica.

A cirurgia plástica tornou-se algo banal.
Parecem esquecer que uma cirurgia é sempre uma cirurgia,
contém riscos e pode levar à morte.


Mulheres morrem ou são mutiladas todas as semanas.
Atiraram-se em dietas malucas, algumas chegam
ao cúmulo de parar de comer.

Tudo para ter o “corpo perfeito”.
Já somos naturalmente bela sem artifícios.
Ao invés de nos preocuparmos tanto com nossa aparência exterior,
devíamos alimentar o nosso mundo interior. Enriquecê-lo.

Somos mais do que um corpo. Somos mulheres.
Nossas avós foram mais sábias.
Devíamos aprender com elas a arte de ser mulher.

Somos belas em todas as idades.
Devemos envelhecer com dignidade.

A beleza física é a primeira a nos abandonar.
O que realmente permanece é a beleza genuína, nossa essência.
Podemos ter uma vida plena, saudável em qualquer idade,
rica em experiências... quando envelhecemos com sabedoria.


Alguma vez já se perguntou “O que é ser uma mulher?”
“Qual é a real dimensão disso?”

Joana D’Arc, apesar da pouca idade,
foi uma mulher de verdade.
Ela morreu
pelo que acreditava. Foi eternizada por aquilo que era,
por suas atitudes, por sua coragem e não
por algum atributo físico.
Poderia citar inúmeras mulheres ao longo da história.
Grandes mulheres.

Então por que não seguirmos o exemplo de alguma delas?
Devemos honrá-las, assim como nos orgulhar de ser mulher.

Lembre-se podemos ser o que quisermos.
A vida a tratará exatamente
com você se trata.
Porte-se de forma medíocre e será assim tratada.

Valorize-se e será valorizada.
Repito, não somos apenas um corpo.

Reflita um pouco e se pergunte:
Que tipo de mulher, eu sou? Estou sendo autêntica?
Honesta comigo, com meus ideais, com meus sentimentos?
Ou deixei-me corromper pelas pessoas, pelos acontecimentos,
pela sociedade. Orgulho-me de quem sou?
Sou uma mulher de verdade ou apenas
um rascunho inacabado de mim?
Sou digna de ser chamada MULHER?


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