açulada e indignada quando, em pleno combate moral,
recorremos à ternura e ao afeto.
É vê-los feras amansadas e apanhadas de surpresa assim
que recorremos à violência ou à dureza. Raça detestável!
Tal preceito mantém-se praticamente inalterável
no que respeita ao amor.
Realidade estranha e deplorável, pois, em muitos casos,
é igualmente aplicável à amizade; realidade pavorosa, desesperante,
mas inevitável, necessária à subsistência das nossas sociedades,
dos governos mais democráticos aos mais despóticos.
Quando não é refreado nem reprimido,
o homem aproveita imediatamente para cometer abusos.
Despreza quem o receia e maltrata quem o ama;
receia quem o despreza e ama quem o maltrata.
George Sand, in 'Diário Íntimo'
Fonte:
http://www.citador.pt/textos/desprezo-e-receio-george-sand
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