BRASÍLIA - Criada com o objetivo de ser um dos maiores eventos do gênero na América Latina, a primeira edição da Bienal Brasil do Livro e Leitura, realizada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, teve um primeiro fim de semana de altos e baixos. A boa programação cultural, que reuniu nomes como o dramaturgo nigeriano Wole Soyinka, Nobel em 1986, o poeta argentino Juan Gelman e o romancista Milton Hatoum, foi prejudicada por problemas de som (que vazou da tenda ao lado no encontro do colombiano Héctor Abad e o mexicano Mario Bellatín) e de fornceimento de energia.
Visitantes aquém da expectativa
Com entrada franca, o evento recebeu sábado e domingo, segundo a organização, cerca de 50 mil pessoas. Em média, número aquém da expectativa de reunir 500 mil visitantes até 23 de abril. Para atingir a meta, o coordenador geral Nilson Rodrigues conta com o público dos festejos do aniversário de 52 anos da capital federal, que acontecem dos dias 19 a 21, com shows como os de Caetano Veloso, Fernanda Takai e Nando Reis. A visitação escolar, que responde por parcela grande do público de eventos desse tipo, pode ser prejudicada pela greve dos professores do Distrito Federal, que já dura um mês.
Homenageado na Bienal, Soyinka falou, no sábado, sobre a sobrevivência da cultura iorubá nas Américas. Ele elogiou a atuação de intelectuais brasileiros, como Abdias Nascimento e Antonio Olinto, na difusão da cultura negra e defendeu o "espírito ecumênico" da cultura iorubá como inspiração para os conflitos de radicalismos religiosos. Mas ressaltou que mesmo a tolerância tem seus riscos:
- Há momentos em que a tolerância é mais perniciosa que a intolerância. Tolerar, especialmente através da racionalização, qualquer condição que brutalize ou desmereça nossa humanidade, muitas vezes de maneira cruel, é aceitar a diminuição de nossa humanidade - disse ele, que lançou seu primeiro livro editado no Brasil, "O leão e a joia" (Geração).
Até o dia 23 passarão pela Bienal autores como o mexicano Juan Pablo Villalobos, a americana Alice Walker, o português Miguel Sousa Tavares e os brasileiros Marçal Aquino, Fernando Morais e Silviano Santiago.
A programação está no site www.bienalbrasildolivro.com.br.
Fonte:
http://br.noticias.yahoo.com/agenda-cultural-se-destaca-bienal-livro-bras%C3%ADlia-213106661.html
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