11 de jul. de 2011

O último poema

(Manuel Bandeira)

Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas
mais simples e menos intencionais.

Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas

Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume

A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos

A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

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